Comprei dois livros para as crianças: Guerra dentro da gente, para o Guilherme, e Algum dia, para a Beatriz (e para mamãe também!). Guerra dentro da gente (Paulo Leminski, Editora Scipione) é sobre Baita, um menino pobre que quer aprender a arte da guerra e acaba entendendo que nosso maior desfio, nossos maiores adversários, estão dentro de nós. Tudo a ver com o momento e os interesses do meu pré adolescente – deixarei para escrever uma pequena resenha sobre ele tão logo o Gui termine sua leitura. Já o livro Algum dia (Alison Meghee e Peter H. Reynolds, Editora Martins Fontes) me cativou de primeira! Delicadas ilustrações, frases com as quais qualquer mãe se emociona, lindo demais. Um livro sensível que recomendo a todas as mulheres, com certeza vocês irão se identificar com as situações ilustradas, seja no papel da mãe ou da filha, resgatando doces lembranças da infância…
Deixo esse belo texto para reflexão, é a resenha do Algum dia disponível no site da Martins Fontes:
“E, quando chegar esse dia, meu amor, você se lembrará de mim”
Declarações de amor costumam ser delicadas como uma flor, mas tão resistentes como uma árvore centenária. Porque o amor real não exige contrapartida. É incondicional, portanto. O amor dispensa bela aparência, e se alimenta do próprio coração amoroso. Algum dia é uma história e uma declaração de amor. Talvez o livro que mães de várias partes do mundo escreveriam para seus filhos. Mães que sonham com o futuro, vivem o presente e guardam com delicadeza a memória dos tempos que se foram. A autora Alison McGhee, com frases curtas – mas cheias de sentimento – fala do amor de uma mãe por sua filha. Com o correr da vida entendemos que cada pessoa é singular, porém, mães amorosas são uma espécie única. Elas costumam lembrar toda noite que é preciso escovar os dentes, e fazer o dever da escola. Mas também adoram ler histórias e depois olhar a filha dormindo. Elas (as mães verdadeiramente amorosas) também têm outra coisa em comum: o tal amor incondicional. Por isso, as frases delicadas da autora em Algum dia são um passeio pela vida de mãe e filha. A primeira, sabendo, mesmo antes de acontecer, que aquela garotinha que já foi seu bebê terá muito o que viver. Vai sentir alegria e tristeza, enfrentar algumas dores e vitórias. E também irá se arriscar para que sonhos se tornem realidade. De menina será adolescente, depois mulher, e possivelmente uma mãe amorosa. E o segredo do tempo é que ele passa, mas nos dá as delícias da memória. Por isso, essa mãe do livro Algum dia nos remete a mães de todas as etnias, países, crenças. Ela carrega a memória da infância da filha – sabe que o tempo passa, mas nunca pára. Este eterno e irreversível processo pode nos levar a todos os lugares do mundo – a uma floresta escura, que é como o crescer, o que pode dar a sensação de estar perdido. Ou a delícia de balançar bem alto, uma sensação inesquecível que é também como uma comemoração, quando descobrimos que crescer pode doer um pouco, mas o ciclo da vida é compensador. Todos crescem. Por dentro e por fora. Mãe e filha de Algum dia partilham de um sonho – estar juntas acompanhando o tempo. A menina vira mulher; a mãe uma senhora. A menina enfrenta obstáculos, desfruta prazeres, fica triste, se apaixona. E um dia a menina, que já é mulher, vai embora. Porque todos têm o direito de trilhar caminho próprio, fazer escolhas. A mãe sabe que a partida não é despedida. Que seu trajeto de mãe poderá ser refeito pela filha. Ela pode ter um bebê, e, assim como sua mãe, embalar o sono e acariciar os cabelos de sua filha. E uma lei que deveria ser natural da vida (infelizmente, nem sempre é) o bebê que se tornou menina, e que se tornou mulher, vai também envelhecer. E justamente, quando chegar esse dia, ela vai se lembrar da mãe, porque terá dentro dela as memórias da infância, da meninice e da juventude. E sentir toda a intensidade do amor entre mãe e filha.
Uma boa semana para todos!
PS1: Isso não é um publieditorial!
PS2: Caiu um “dilúvio” em Recife, ficamos sem energia, depois, sem Internet… Adoro essa cidade, mas aqui tem alguns problemas estruturais com os quais eu não me adapto!
Por falar em livro, Evelyn, vc recebeu o meu?bjs e dias felizes
Oi, Grace!
Até agora não recebi nada… Quando você enviou o livro?
Beijos