
Hoje, com o meu filho, dou muito mais valor à grandiosa profissão de professora. Quando ele começou na creche eu curtia cada novidade que ele trazia e o dia em que a pasta de trabalhinhos era enviada para os pais era um prazer total para quem chegava do escritório, com mil planilhas na cabeça, reuniões, preocupações etc. Minha terapia era sentar ao seu lado, no chão, e interpretar cada gravura, cada cor usada, cada história criada pelo meu pequenino. Nos finais-de-semana, fazíamos colagem, massinha, pintura, essas eram nossas brincadeiras favoritas. Via naquele serzinho que estava descobrindo o mundo meu laboratório único dentro de casa. Cada letra que ele reconhecia, cada numeral aprendido, tudo me deixava muito feliz. O dia em que ele fez sozinho a letra G, do seu nome, quase chorei de emoção! Eu estava escrevendo algo quando ele pegou meu papel e fez um G tão determinado que fiquei espantada! Como ele já sabia aquilo? Simples, ele estava crescendo e seguindo o fluxo natural da vida.
Mas a fase da pré-escola passou. Uma época boa em que quase não se tem tarefa para casa e tudo é novidade. Os compromissos da nova fase na educação infantil cresceram na mesma proporção em que aumentou o material da mochila. Muitos livros, provas, avaliações… Era tudo o que sempre sonhei! “Agora sim posso ser a professora de verdade do be-a-bá do meu filho”, pensava. Só que a tarefa é bem mais árdua… Haja caderninho de dever, livros de estudo, tarefas da escola, sem falar nas provas. Tem horas que estou cansada para isso tudo. Mas não, ser mãe é acompanhar o estudo, ser uma mãe presente, aquele papo. Sem falar nos dias em que quem não está a fim de nada é ele, aí é de enlouquecer qualquer um! Competir com televisão, computador e brinquedos exige uma dose de criatividade (e paciência) enorme. Não, ele não precisa de reforço escolar e, se precisasse, não o entregaria nas mãos de outra professora. É meu dever, sempre quis assim. Tá bom, eu posso parecer doida, mas não sou. Imagino como a batalha deve ser com quem tem mais de um filho, cada um numa fase diferente, datas de provas não coincidentes… Será que eu daria conta?
Então fico pensando em como os professores têm que ser mágicos para prender a atenção de uma turminha de 20, 30 crianças cheia de energia. Fazê-los ficarem quietos, prestar atenção, ensinarem a refletir sobre um assunto e chegar na sua própria resposta… Como disse, eles são verdadeiros mágicos. Talvez eu não fosse uma boa professora. Acho que precisaria desenvolver primeiro a minha paciência. Gosto de ensinar porém a magnitude da profissão não é pra mim. Concluí que posso ser uma boa professora particular para o meu filho, mas o mérito maior é de todas as mulheres pacientes que passam pela sua vida escolar. Aquelas que explicam mil vezes, que sabem lidar com os conflitos que surgem sem perder o controle, que conseguem fazer com que os seus olhinhos não pisquem ao receber uma explicação. Eu sou apenas uma mãe que tenta complementar o trabalho desenvolvido na escola da melhor maneira, mesmo que às vezes erre no meu “método”. Saberei no futuro. Agora preciso parar porque ele está terminando a revisão de matemática e a mãe com jeito de tia precisa conferir…
Escrevi esse texto para o Desabafo de Mãe, mas como o portal sairá do ar no mês de outubro, acredito que não seja publicado a tempo. Quem acessa ao portal não ficará totalmente orfão neste mês de “recesso” pois o blog continuará como meio de comunicação entre os pais e os responsáveis pelo portal. Lembrando que o Desabafo de Mãe passará por uma grande reforma que visa deixá-lo mais funcional e melhor. Eu aguardo ansiosa pelo novo portal!
Ah, lembram do concurso cultural do Desabafo de Mãe que publiquei aqui em agosto? Hoje o resultado foi divulgado no portal, confiram…
que lindo desabafo!! pena que não deu tempo de ir ao ar antes da reforma…mas vejamos pelo lado bom! ele será publicado num portal todo novo, “zero bala” risos
mas sabe que uma das minhas frstrações hj é justamente não conseguir ensinar tanto quanto eu gostaria ao Gábi, tá certo que ensino milhões de coisas, mas tinha tantas idéias na cabeça, de artesanato, músicas e atividades didáticas…e hj, sabendo das dificuldades dele, dou cada vez mais valor aos professores, aqueles que se interessam, tentam aprendem e fazem de um tudo para que a inclusão escolar e social dê certo!
fora a paciência dobrada que eles têm que ter né?!
Ano que vem ele voltará para uma escola regular, continuará na especial, mas colocaremos um “pesinho” na regular…fico nervosa, afinal já passamos por tantas tentativas…mas tenho fé que essa dará certo!
beijos e bom fim de semana, e segunda eu publico “quem vale a pena conferir”.
Evellyn, aqui em casa tenho dois, apenas um natural. Eles se viram e só chegam a mim quando extremamente necessário. Explico: a escola proibe que pais ensinem para não entrar em choque com o método da escola.
Quando em dificuldade, a própria escola designa um professor particular para dar o reforço, sem qualquer onus para os pais.
A mim cabe somente ensinamentos extra curriculares.
Sabe que a minha mãe foi professora e nunca me deu uma aula? “Casa de ferreiro, espeto de pau”
Admiro mulheres que têm a sua disposição, de chegarem cansadas do trabalho e ainda dar aquela força! Isso se carrega para toda a vida!
Bom fim de semana! Beijus
Que gracinha seu filho todo compenetrado nos estudos. Acho que mãe é tudo isso e se bobear mais alguma coisa. Boa semana pra você!!!
Si, você ensina pro Gábi muito mais do que imagina! E com certeza a escola regular será ótima para ele.
Luma, você tem filhos? Nem imaginava!
Ro, mãe tem muito trabalho, mas tem muito mais satisfação.
Beijos em todas